Por Victoria Hope
[TW: est*pro, violência]
Eva tem dificuldade em criar conexões humanas e agora que sua irmã mais nova, Tess, está se mudando, há muito tempo já afastada de seus pais negligentes, a frágil Eva está finalmente verdadeiramente sozinha pela primeira vez.
Já abalada psicologicamente, ela se enoja ao ver um post em uma rede social anunciando a celebração em memória de um amigo de infância de longa data que faleceu muito jovem. Ela se lembra de seu 'eu' sensível de 13 anos após a morte dele, abraçando seu papel como o terceiro mosqueteiro para um par de meninos um pouco mais velhos, e como o jogo de charadas que o trio jogava contra as garotas locais teve um impacto e uma virada completamente doentia, mas mesmo com lembranças horríveis, Eva decide voltar para sua cidade natal e enfrentar o verão escaldante que mudou sua vida.
A estreia provocativa da diretora Veerle Baetens é uma ilustração explosiva aprofundada dentro da confusão tóxica e da crueldade da adolescência e um retrato inabalável do impacto duradouro do trauma não tratado. Rosa Marchant e Charlotte De Bruyne apresentam atuações comprometidas e justapostas de partir o coração, enquanto o filme nos obriga a testemunhar como a jovem Eva, carente de afeto e vulnerável, foi moldada em seu eu adulto frágil e isolado, enquanto passado e presente colidem em uma tragédia inevitável.
When It Melts / Foto: Sundance |
Todos já conheceram alguma Eva na vida ou podem ter se identificado com a personagem, já que ess é praticamente uma personagem universal. O apontamento de como traumas devem ser cuidados logo na infância e adolescência antes que criem frutos no futuro, é um tema muito importante a ser discutido e o filme o faz com maestria.