Por Victoria Hope
CLEAN, outra joia de documentário inesperada na programação do SXSW deste ano, nos apresenta o mundo invisível de uma empresa de limpeza de traumas com sede na Austrália, e sua fundadora inspiradora e enigmática, Sandra Pankhurst. Fascinante de todos os ângulos, incluindo um #LGBTQ
Nesse documentário, acompanhamos a vida de Sandra, uma mulher trans que criou um serviço especial de limpeza para pessoas depressivas para se livrar da sujeira e da bagunça acumulada em seus lares, mas ao mesmo tempo, serviço também oferece limpeza para locais onde ocorreram crimes e assassinatos.
Dona de uma empatia enorme, Sandra tem muito a ensinar sobre amor ao próximo e a importância de ajudar quem mal consegue levantar da cama, quem dirá deixar para trás seus acúmulos. O filme começa com a frase marcante 'Se você não for bem sucedido na primeira vez, redefina o sucesso', mostrando o tom que a protagonista quer deixar na vida das pessoas que ela ajuda.
Em alguns momentos, ela ressalta que essa não é uma escolha consciente das pessoas viver em meio a tanta sujeira e a própria, como alguém que já sofreu depressão no passado e inúmeros traumas relacionados a violência infantil que sofreu nas mãos de seus responsáveis, ela acredita que por estar aqui, precisa dar algo em troca por estar aqui.
O documentário também mostra o ponto de vista da equipe de Sandra, que veem esse como um trabalho que exige muita força, principalmente psicológica, para não se afetarem com as coisas que podem encontrar ou lidar durante a limpeza, principalmente quando lidam com cenas de crime, por exemplo.
Para quem não conhece o serviço, Clean faz um ótimo trabalho em mostrar o dia a dia dessa equipe de limpeza e um pouco de seu trabalho, que não é tão conhecido, principalmente é interessante notar o bom humor com que a equipe lida com esse serviço, sempre com muito otimismo mesmo em meio a cenários depressivos e criminosos.
NOTA: 9/10
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