12/03/2022
Por Victoria Hope
Em 'Radical Honesty', em um grande encontro, Jack e Rachel se unem por um interesse compartilhado em desconstruir as estruturas tradicionais de relacionamentos, mas quando Jack revela a realidade de seu relacionamento aberto "radical", as coisas tomam um rumo absurdo neste curta-metragem sobre a cooptação da linguagem da liberação por meios de manipulação e controle.
O curta, que está competindo na categoria de Narrative Shorts (Curtas) do SXSW, conta com direção de Bianca Polletti e Allison Goldfarg, que além de roteirista, é também a estrela do filme, a qual tivemos a oportunidade de entrevistar por aqui.
Essa comédia explora justamente as nuances de relacionamentos em tempos de aplicativos de namoro e como em sociedade, muitas das expectativas sobre diferentes tipos de encontros amorosos, nem sempre são as melhores, principalmente quando uma das partes tem intenção de apenas manipular.
Relacionamentos abertos e poliamorosos sempre foram uma temática de certa forma polêmica, já que eles quebram paradigmas e padrões pré-estabelecidos pela sociedade relacionados ao romance, mas o filme aborda, com uma boa dose de humor sombrio, que infelizmente, muitas pessoas em aplicativos buscam apenas por relacionamentos abertos não porque realmente são poliamorosos, mas sim porque querem 'satisfação sexual fácil', como acontece com Jack.
Jack é a personificação da típica pessoa que se diz aberta a novas experiências e de certa forma 'finge' estar interessado nas críticas ao machismo de homens que Rachel relata, quando conta sobre seus últimos encontros, mas aos poucos, a verdade é revelada e a garota percebe que ele apenas a houve fingindo interesse, já que tudo o que ele quer é um encontro rápido e nada mais, ou seja, cai por terra a ideia de que ele realmente queria algo sério com Rachel.
A frustração que a protagonista sente ao se deparar com a aterradora verdade é muito verdadeira, tornando impossível não sentir na pele tudo o que ela está sentindo. Muitas pessoas que já se depararam com decepções amorosas ao longo dos anos vão se identificar e o filme faz um trabalho incrível em mostrar como principalmente millenials e a geração Z, lidam com as possibilidades e não tem medo de explorar novos relacionamentos. A temática é ótima para uma expansão, explorando encontros e desencontros amorosos em formato de longa metragem ou série.
NOTA: 9/10