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Sundance 2022 | Nanny

 

Por Victoria Hope

No suspense sobrenatural 'Nanny' dirigido por Nikyatu Jusu e brilhantemente estrelado por Anna Diop, conhecemos a história de Aisha, uma imigrante senegalesa sem documentação que encontra um emprego de babá na casa de um rico casal em Manhatan. Enquanto ela  facilmente ganha a afeição de Rose, filha do casal, ela acaba se tornando um obstáculo para o casamento de seus chefes. 

A mãe é controladora enquanto o pai, é tranquilo e até mesmo 'woke'. Assombrada pela ausência de seu filho que ela deixou no Senegal, Aisha espera que seu novo emprego consiga pagar suficiente pra ela conseguir sustentar sua família e trazer o garoto para a America, mas conforme a chegada do garoto se aproxima no país, uma presença sobrenatural começa a invadir os sonhos da babá e sua também sua  realidade. 

Com inspiração no folclore africano do Oeste e um pouco de referências à vida pessoal da própria diretora como imigrante, o longa que está competindo na categoria de Filme Dramático dos EUA, fala sobre a força e importância dos imigrantes na América, mas também examina a vida e o legado que a babá Aisha gostaria de deixar em seu legado. 

Nanny / Foto: Sundance

No início o trabalho parece um sonho, a criança se sente feliz, Aisha é bem tratada pela família e está encontrando um novo amor, mas logo, tudo muda ao ela perceber que tudo não passa de uma fachada para essa família, que está se quebrando aos poucos. Os pagamentos de Aisha começam a atrasar, porque a mãe de Rose está trabalhando mais do que nunca, agora que desconfia que seu ex-esposo tem outra mulher e enquanto a babá sabe quem é outra mulher do patrão, ela prefere se manter calada sobre o que viu. 

Tudo muda ainda mais quando a babá  avista uma misteriosa mulher no rio da cidade, que pode ser a presença da sereia Mami Wata, uma divindade africana da fertilidade e em seguida, começa a perceber a notar também uma outra divindade africana à espreita, Anansi, o deus aranha. Enquanto a protagonista teme pelas figuras, uma sábia idosa, mãe do namorado de Aisha, revela que essas duas figuras representam a opressão de um povo, são símbolos que podem trazer uma mensagem importante.

O final é de cortar o coração, mas mostra mais do que nunca, a importância de entender os chamados espirituais que muitas pessoas recebem, mas tendem a ignorar os sinais. A revelação de que as mães imigrantes são renegadas ao sonho americano até o fim, é extremamente dolorida e pontual. 

NOTA:10/10

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