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Sundance 2022 | Speak No Evil

 

Por Victoria Hope

Durante um feriado em Toscana, uma família dinamarquesa faz amizade com uma outra família viajante que está a caminho dos Países Baixos. Meses depois quando um convite da família holandesa chega, incentivando a família dinamarquesa a visitá-los em sua casa no campo, animados, eles logo planejam a longa viagem.

Ao chegarem no local, as duas famílias se unem e tem uma noite de diversão, bebedeira e quitutes, mas o que começa como uma reunião amigável, aos poucos começa a mudar em uma reviravolta que irá testar os limites dos convidados dinamarqueses, que se veem presos por sua própria gentileza, tentando entender se seus novos amigos são apenas excêntricos demais ou se eles estão na verdade escondendo algo muito mais sinistro. 

Christian Tafdrup dirige de forma brilhante e provocadora, esse horror satírico, mostrando os lados de cada família enquanto os prepara terreno para que a doce família inicial caia numa escuridão de jogos cruéis, mas talvez a maior crueldade está em aceitar o que é imposto e ficar inerte.  

Speak no Evil / Foto: AMC

Uma das primeiras lições que o filme mostra é que nunca se deve confiar totalmente em estranhos e que estabelecer limites desde o início é essencial. Apesar dos incômodos iniciais, Bjorn, patriarca da família passa a confiar cada vez mais no para o casal anfitrião, a medida em que sua esposa Louise fica cada vez mais desconfiada dos supostos novos amigos.

Conforme a situação entre as famílias se torna cada vez mais absurda, é impossível não torcer para que a família dinamarquesa fuja dali, enquanto a tensão aumenta cada vez mais. Patrick, o patriarca da família holandesa logo se mostra controlador e agressivo, assim como sua esposa e aos poucos, ambos tentam comandar até mesmo Agnes, filha do casal dinamarquês. 

A tensão palpável cresce gradativamente e em instantes, chega a ser impossível não sentir o coração sair pela boca quando o clima de horror toma conta. Quando Bjorn finalmente percebe que errou desde o começo ao confiar naquela estranha família, é tarde demais. Os últimos minutos de Speak no Evil são extremamente pesados e tristes, mas a ironia que fica na mente é o fato de que tudo o que a família dinamarquesa precisava ter feito desde o inicio, era saber falar não.

NOTA:10/10

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