Navigation Menu

Sundance 2022 | Um papo sobre o curta Chaperone com o diretor e o elenco

 

Por Victoria Hope

Nessa madrugada (21), durante o encerramento do primeiro dia do Festival Sundance, após a estreia do curta LGBTQIA+ 'Chaperone', o diretor Sam Max, ao lado do ator Zachary Quinto e do ator e produtor Russel Kahn. 

Durante a conversa, Sam revelou que já havia pensado dessa história por mais de seis anos antes de  criar o roteiro e que por muito tempo, ele tinha em mente esses dois personagens que estariam em um tipo de transação de negócios relacionados à Morte, mas com ela vestida de uma forma meio erótica. 

"Pensei em algo mais autobiográfico, porque por anos eu tenho lutado contra depressão e pensamentos suicidas, desde muito novo e meus pais perceberam isso, então eu sempre explorei muito a temática da morte, então eu tentei trazer essa história com um personagem que demonstrasse compaixão, que não julgasse e que fosse gentil com aquele jovem. Por exemplo, o personagem (Quinto), deveria parecer alguém assustador inicialmente, mas que no fim demonstra ter muita compaixão."

Russel, que contracena ao lado de Quinto, revelou que conhecia Max antes e que trabalhar como um colaborador para o roteiro desse curta foi uma experiência incrível e como amizades artísticas assim sempre trazem ótimos frutos. Ele também é ator faz um tempo, então foi um ótimo desafio participar do longo. 

Zachary comentou que conheceu o diretor por conta de outro projeto desenvolvido com a produtora própria de Quinto para a televisão. O ator confessa que imediatamente viu a voz do diretor como algo singular e que ele estava muito feliz por poder fazer parte desse curta. Ele acredita que o roteiro possuía um formato único e que todo processo de gravações foi bem orgânico e ótimo para ele voltar para as frente das câmeras após tanto tempo cuidando da parte de produção e roteiro de outros filmes. 

O filme deixa muitas informações abertas para intepretação do público e quanto a isso, o diretor disse que pessoalmente, ele se desanima quando filmes explicam demais o que se passa ou que tente insultar sua inteligência, então segundo Max, a beleza da arte em geral e a beleza do cinema especificamente, é que isso abre um leque de possibilidades e interpretações, então com Chaperone, sua principal intenção foi segurar o público e brincar com o que é a realidade e o sonho. Será que aquilo foi real? Será que é sobrenatural? 

Chaperone / Foto: Sundance

Por ser fã do gênero de terror, Max revelou que foi uma honra poder ter seu curta estreando na categoria Midnight do festival, que é dedicada a projetos transformativos de terror e suspense. E ele acredita que horror e thriller são excelentes para inovar agora.

Em seu caso, o diretor tentou traduzir no longa, como seria esse relacionamento doce em um ambiente macabro, onde um situação mórbida está prestes a acontecer. Ele ainda ressalta que a atmosfera criada por thrillers, geralmente fazem o público ter expectativas do que irá acontecer e subverter esse pensamento justamente nesse gênero, foi sua principal missão.

No embate final, muitos podem pensar que a trama é um embate entre o bem e o mal, vida ou morte, mas na verdade é um embate pessoal do protagonista mais jovem, afinal, ele era seu próprio inimigo, ele é quem tem os hábitos destrutivos e quer acabar com tudo.


0 comments: