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Sundance 2022 | Chaperone (Short Film)

Por Victoria Hope

[TW: Depressão, Suicídio] Para fechar o circuito de curtas que estrearam essa noite no primeiro dia do Sundance, o festival trouxe o curta Chaperone, primeiro filme do diretor em ascensão, Sam Max, a debutar oficialmente no evento, com uma história que examina os efeitos do isolamento, solidão, além de pensamentos suicidas. 

Escrito e roteirizado por Max, o curta de dezesseis minutos segue uma figura sem nome (Zachary Quinto), que pega um jovem rapaz nas ruas (Russel Kahn) e lhe oferece uma carona. Esses dois homens aparentemente não se conheciam antes, porém, ao dirigir até uma elegante casa de aluguel no campo, a natureza real do relacionamento entre os dois personagens começa a se revelar. 

Logo no início, Chaperone constrói um sentimento de que algo está muito errado, principalmente em relação ao personagem sem nome de Quinto, que não apenas é uma figura misteriosa e imprevisível, como também suas vestes pretas dos pés a cabeça, incluindo suspeitas luvas de couro, acrescentam ainda mais mistério ao personagem. Ele questiona, em tom calmo, mas ameaçador para o mais novo se o rapaz deletou tudo, se desapareceu com o celular e se não saiu de casa por um bom tempo, e o jovem afirma que seguiu todas as instruções. 

Chaperone / Foto: Sundance

É possível sentir a tensão sexual crescer entre os dois personagens, demonstrando que talvez eles realmente já se conheciam a muito tempo, mas ainda assim, o fato de todos os móveis do apartamento alugado estarem cobertos por uma grossa camada de plástico, revelam que o tímido protagonista mais novo, está navegando por caminhos perigosos. 

Em meio a uso de drogas, dança e sexo, o diretor nos apresenta um verdadeiro quebra cabeças, pois afinal, teria o homem sem identidade, a intenção de assassinar o mais novo ou será que tudo não passa de um jogo, um fetiche ou uma transação profissional? Essas são as perguntas que Max joga para a audiência resolver ao longo da trama.

A tensão do ar é contínua e apenas se quebra nos minutos finais, com uma reviravolta que ninguém esperava. O curta é na verdade um estudo sobre sentimentos como depressão ou solidão e sobre como uma figura sem nome, que talvez seja uma representação física da Morte, e que anteriormente parecia ser assustadora, na verdade traz um acalento e empatia necessários para que o protagonista consiga realizar seu (último) desejo em vida. 

NOTA: 10/10

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